segunda-feira, 1 de maio de 2017



EU...

Eu sou a que no mundo anda perdida, 
Eu sou a que na vida não tem norte, 
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte 
Sou a crucificada... a dolorida... 


Sombra de névoa tênue e esvaecida, 
E que o destino amargo, triste e forte, 
Impele brutalmente para a morte! 
Alma de luto sempre incompreendida!... 


Sou aquela que passa e ninguém vê... 
Sou a que chamam triste sem o ser... 
Sou a que chora sem saber por quê... 


Sou talvez a visão que Alguém sonhou, 
Alguém que veio ao mundo pra me ver, 
E que nunca na vida me encontrou! 
(Florbela Espanca) 

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Liberdade de voar num horizonte qualquer, liberdade de pousar onde o coração quiser. Cecília Meireles